
Nunca te vejo
Às vezes pergunto-me se alguma vez te vi… Pergunto-me se não serão sonhos estas recordações longínquas que tenho de ti.
Parece-me… que nunca te senti. Que nunca te vi. Que nunca te toquei, cheirei, provei.
Parece-me que te inventei.
É isso. És um desejo feito carne. Uma carne que toquei, provei, beijei. Que senti, lambi… que se fundiu na minha e se fez minha.
É isso. És um desejo feito carne que arde em mim. Sempre que me lembro de ti. Se é que algum dia te conheci… Se é que te vi… Não me lembro se te ouvi! Mas sei que tivemos intermináveis diálogos de silêncio e gemidos. Falámos muito. De amor, de sexo, de guerra e paz, de profundidades e coisas banais. Falámos pois. Lembro-me da tua voz! Ou será que a inventei? Que a criei? Que a desejei tão fortemente que se materializou em ti?
Nunca te vejo… Acho que nunca te vi. Começo a duvidar da própria existência de ti no mundo. Provavelmente só existes em mim. Porque nasceste e viveste em mim. E em mim morreste. Será que já morreste? Sim amor, morreste! Amor que nunca foi… Desejo que se materializou em carne – a minha e a tua! Fantasia que jorrou em torrentes de mãos e beijos e línguas e sonhos e desejos e olhares…
Nunca te vejo. Há quanto tempo não te vejo…
Acho que nunca te vi. Mas se exististe e morreste, sabe que vives em mim. Porque és meu pecado, meu segredo, meu pedaço oculto. Não vives na minha vida, mas não vivo sem a lembrança de ti.
Vives nas histórias que não vivi.
De
joseph a 20 de Abril de 2008 às 11:30
A que mão me devo dirigir?
Olá
Nunca te vejo... Uma história complexa, de dúvidas e certezas, que se lê num fôlego rápido, e se fica com desejos frustrados por a história terminar...
Este remate final "Vives nas histórias que não vivi" diz tudo.
Parabéns à S. (penso que seja dela o texto)...senão seria C.
Gostei muito.
Beijos;)**
Olá Joseph, desculpe a demora a responder...
O texto é da autoria da Mão Esquerda... ou seja, C. 
Obrigada pela visita!
De Rafaell a 23 de Abril de 2008 às 20:16
Beijos.
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